sexta-feira, 24 de agosto de 2012

cinzas é o caralho.

cinzas é o caralho.

botas
rua nos saltos
inferninho
strobo na cara

coxas de fora
olho preto

luzes nos olhos
vento no corpo.

linhas de baixo pesado
massivas.

até o chão
strobo na cara
gostosa pra caralho
strobo na cara
quero me comer
strobo na cara
só esse momento existe.


strobo na cara
até o chão
strobo na cara
até o chão
strobo na cara 
strobo na cara 
strobo na cara.

guaraná na mão
dia cinza raiando após a porta escura
ouvidos zunindo
a vida é linda! ;)








noite caída
silêncio na casa
gritos na rua
vinho na geladeira
taças sujas sobre a mesa
unhas vermelhas sobre o teclado.

pensamentos proibidos
rostos perdidos
altar de todos os santos:
culpa e pecado.

as chamas internas
insistem em criar uma trilha de cinzas.







sexta-feira, 27 de julho de 2012

delicadeza/
como sopro em folha
sussurra a vida em meus ouvidos/
cantos doces e longínquos
puros como as aves que voam alto/
puros como o céu que brilha sem cessar.

purpurinas de luz no horizonte
sobem da cachoeira que me leva a meu próprio eu.

mergulho.

tudo outra cor, som, forma, cheiro/
tudo faz sentido/
não há dissolução/

há apenas mensagens sutis a todo instante/
me lembrando que somos aquilo tudo/
uma coisa só.//


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Miles Davis salva minha tarde Kind of Blue.

Escrever exige prática.

Tal qual skate enfiado embaixo da cama,
Violão atrás do armário,
Panela empoeirada.

Mais difícil ainda se nenhum fato excepcionalmente dramático te perturba mortalmente.
Pois sim, é muito mais fácil escrever mortalmente pertubada.

Então nesta tarde de quarta-feira absolutamente normal - nem tediosa ela é, é apenas "normal" -
Me aventuro novamente a devaneios versados com lirismo enferrujado.

Miles Davis me ajude.
Amém.